Eu e
minha estranha sensação de me sentir sempre na rua, não costumo fazer das
pessoas uma morada. Aprecio a liberdade como cartão de visita. Cresci na
coletividade das brincadeiras antigas. Foi muita ciranda cirandinha, cinco
marias, elástico, pipa, pião, botão, barra bandeira, queimado, batata quente, clube
do Bolinha e Luluzinha, entre outras.
Nunca
gostei de salada mista, eu acreditava mesmo no príncipe encantado. Mas assim
como Papai Noel, se vão os contos de fada. Aprendi em grupo que individualidade à parte,
respeito recíproco e para qualquer tipo de relação é indispensável o jogo da verdade.
Hoje em dia mandam ladrilhar calçadas, mas colocam nos dedos anéis de vidro. Pulei
muita corda e nunca gostei de forca. Não dou corda pra me enforcar.
Até hoje
eu gosto de me sentir “dona da rua” e para me sentir em casa é preciso muito arroz
com feijão e um pouco de farofa. Preciso me lambuzar e ficar de bucho cheio. Que
me perdoe à etiqueta social, mas sou uma expansiva nordestina. Esse negócio de “grão
em grão a galinha enche o papo”, para mim é igual a “quem gosta de migalha é
galinha”. Eu gosto de cadeira na calçada, pé no chão, cara lavada, sorriso pro
mundo, casa cheia e ficar fora da casinha na rua. Estou para rir e para chorar,
faça chuva ou faça sol, mas quando for preciso eu grito: Sai da ruuuua, menino!
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