Adedoooooonha!

Eu e minha estranha sensação de me sentir sempre na rua, não costumo fazer das pessoas uma morada. Aprecio a liberdade como cartão de visita. Cresci na coletividade das brincadeiras antigas. Foi muita ciranda cirandinha, cinco marias, elástico, pipa, pião, botão, barra bandeira, queimado, batata quente, clube do Bolinha e Luluzinha, entre outras.

Nunca gostei de salada mista, eu acreditava mesmo no príncipe encantado. Mas assim como Papai Noel, se vão os contos de fada.  Aprendi em grupo que individualidade à parte, respeito recíproco e para qualquer tipo de relação é indispensável o jogo da verdade. Hoje em dia mandam ladrilhar calçadas, mas colocam nos dedos anéis de vidro. Pulei muita corda e nunca gostei de forca. Não dou corda pra me enforcar.

Até hoje eu gosto de me sentir “dona da rua” e para me sentir em casa é preciso muito arroz com feijão e um pouco de farofa. Preciso me lambuzar e ficar de bucho cheio. Que me perdoe à etiqueta social, mas sou uma expansiva nordestina. Esse negócio de “grão em grão a galinha enche o papo”, para mim é igual a “quem gosta de migalha é galinha”. Eu gosto de cadeira na calçada, pé no chão, cara lavada, sorriso pro mundo, casa cheia e ficar fora da casinha na rua. Estou para rir e para chorar, faça chuva ou faça sol, mas quando for preciso eu grito: Sai da ruuuua, menino!

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